Hélio Oiticica (1937-1980)

1937

Nasce, no dia 26 de julho, Hélio Oiticica, primeiro filho de José Oiticica Filho (1906-1964) – engenheiro, professor de matemática, entomólogo e um dos mais importantes fotógrafos brasileiros do seu tempo – e de Ângela Santos Oiticica (1903-1972), no Rio de Janeiro. Seus irmãos César e Claudio nascem em 1939 e 1941, respectivamente.

Em seus primeiros anos, Hélio Oiticica e seus irmãos não frequentam a escola oficial. Em casa, têm aulas de matemática, ciências, línguas, história e geografia, com o pai e a mãe. Mas sua formação intelectual é também fortemente influenciada pelo avô José Oiticica (1882-1957), conhecido filólogo, professor, escritor, anarquista e editor do jornal Ação Direta.

1947

José Oiticica Filho ganha bolsa da Fundação Guggenheim, e a família reside durante dois anos em Washington DC, onde ele trabalha no United States National Museum – Smithsonian Institution. Hélio e seus irmãos frequentam pela primeira vez uma escola oficial (Thomson School). A família visita museus e galerias de arte.

1950

Em julho, a família Oiticica volta ao Rio de Janeiro.

1952

Traduz e escreve textos de teatro, que costumava encenar em casa junto com seus irmãos e primos sob orientação de sua tia, a atriz Sônia Oiticica (1921-2007).

1953

Visita a II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo (dezembro-janeiro), organizada por Mário Pedrosa, que apresenta salas especiais de Paul Klee (1879-1940), Alexander Calder (1898-1976), Piet Mondrian (1872-1944) e Pablo Picasso (1881-1973).

1954

Com seu irmão César, começa a estudar pintura com Ivan Serpa (1923-1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

1955

Entra em contato com o Grupo Frente e participa da segunda exposição do Grupo no Museu de Arte Moderna. O encontro com a artista Lygia Clark (1920-1988) e com os críticos de arte Ferreira Gullar (1930) e Mário Pedrosa (1900-1981) acontece provavelmente nesse período.

Início de suas pinturas geométricas abstratas em guache sobre cartão.

Exposição: 14 de julho – II Exposição do Grupo Frente, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

1956

Continua sua produção de guache sobre cartão e, no mês de dezembro, começa a trabalhar em uma série de 27 obras também em guache sobre cartão e que ele intitula de Secos.

Exposições: Pintura Brasileña Contemporânea, Instituto de Cultura Uruguayo Brasileño (ICUB), Montevidéu, Uruguai; 17 de março – III Exposição do Grupo Frente, Itatiaia Country Clube, Resende, Rio de Janeiro; 12 de abril – “Exposição Nacional de Arte Concreta”, Museu de Arte Moderna de São Paulo; 23 de junho – IV Exposição do Grupo Frente, Volta Redonda, Rio de Janeiro.

1957

Participa com Ivan Serpa (1923-1973), Aluísio Carvão (1920-2001), César Oiticica (1939), Alberto Pinedo e Henry Dobbin da organização do Instituto de Arte Infantil, escola primária com ênfase no ensino das artes plásticas. A escola situada na Rua Lins de Vasconcelos, nº 39, funciona até 1959.

Comparece com César Oiticica ao evento Noite de Arte Concreta na União Nacional dos Estudantes (UNE), que acontece paralelamente à I Exposição Nacional de Arte Concreta, no Ministério da Educação, Rio de Janeiro. Na ocasião, a conferência, feita pelo poeta concretista Décio Pignatari (1927), desencadeia uma grande polêmica que coloca de um lado os poetas Haroldo de Campos (1923-2003), Augusto de Campos (1931) e Ferreira Gullar, e do outro, os poetas Olegário Mariano (1889-1958) e Ledo Ivo (1924), defensores de uma poesia mais tradicional.

Morre José Oiticica, no dia 30 de junho.

Continua a produção dos Secos até o mês de fevereiro e dá início à produção da série de guaches em cartão denominada, posteriormente por ele, de Metaesquemas, em texto de 1972.

Exposições: fevereiroI Exposição Nacional de Arte Concreta, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; setembro Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires, e IV Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

1958

O ano marca o fim da sua produção dos Metaesquemas e o início da série de Pinturas Brancas.

1959

Lygia Clark e Ferreira Gullar convidam Hélio Oiticica para participar do Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro.

A série Branca evolui de pinturas em cartão para pinturas a óleo sobre tela e compensado. Realiza obras monocromáticas que incluem pinturas triangulares em vermelho e branco, e também a série Invenções. Inicia o grupo de Bilaterais.

Exposições: setembro/dezembro – V Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo;

11 de novembro – Exposição Neoconcreta, Belvedere, Salvador (BA).

Textos: dezembro de 1959/maio de 1964 – Diário 59/64, doc nº 0182 AHO/PHO. Diário 59/63, doc nº 0207/59 AHO/PHO.

1960

Começa a trabalhar no Museu Nacional como auxiliar técnico de José Oiticica Filho.

Prossegue trabalhando na série Invenções (1959-1962) e Núcleos, inicia a produção dos Relevos Espaciais (1960) e começa a conceituar seus projetos com a participação do espectador e realiza o Penetrável PN1.

Exposições: agosto – IX Salão Nacional de Arte Moderna, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; 21 de novembro – II Exposição Neoconcreta, Ministério da Educação, Rio de Janeiro; Konkrete Kunst, organização de Max Bill, Helm Haus, Zurique.

Texto: 26 de novembro – Cor, tempo, estrutura. Jornal do Brasil (SDJB) Rio de Janeiro. doc. nº 0015/60. AHO/PHO.

1961

Mário Pedrosa escreve o texto Os projetos de Hélio Oiticica.

Continua trabalhando na série Invenções e nos Núcleos. Realiza a maquete do Projeto Cães de Caça, composto de cinco Penetráveis, mais o Poema Enterrado de Ferreira Gullar e o Teatro Integral de Reynaldo Jardim.

Exposições: 27 de abril – Exposição Neoconcreta, Museu de Arte Moderna, São Paulo; novembro – Projeto Cães de Caça, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

Texto: 7 de janeiro – Diário 61/65, doc nº0187. AHO/PHO.

1962

Continua produzindo Núcleos, classificando-os em Pequeno Núcleo, Núcleo Médio e Grande Núcleo.

Textos: 1º de dezembro – “A transição da cor para o espaço e o sentido da construtividade”. Habitat, Rio de Janeiro, n.70, p. 49-54; 4 de abril – “Testemunho”, doc.nº 002; AHO / PHO.

1963

Encontro com a fotógrafa francesa Desdémone Bardin (1929-2001). Nos anos seguintes, ela fotografa grande parte da produção artística de Hélio Oiticica, seu cotidiano com amigos no morro da Mangueira e na quadra da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.

Começa a produção de Bólides criando a primeira de suas estruturas manuseáveis, o B1 Bólide Caixa 1.

Textos: 29 de Outubro – Bólides, doc nº 1816/63 AHO/PHO.

1964

Morre José Oiticica Filho, no dia 26 de julho.

Levado pelo escultor Jackson Ribeiro começa a frequentar a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e, entusiasmado pelo samba, torna-se passista, integra-se na comunidade do morro ficando amigo de Nildo, Miro, Jerônimo, Mosquito, Rose, Maria Helena, e muitos outros.

A partir de uma cena marcante presenciada em rua da Zona Norte do Rio de Janeiro, Oiticica vê uma espécie de construção improvisada por um mendigo com estacas de madeira, cordões e outros materiais; em um pedaço de juta consegue ler a palavra Parangolé e passa a designar como tal, obras que está desenvolvendo naquele momento.

Morre Manuel Moreira (1941-1964) mais conhecido como Cara de Cavalo, famoso bandido que depois de assassinar o detetive Milton de Oliveira Le Cocq foi caçado durante quatro meses e executado pela polícia, na cidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Amigo de Hélio Oiticica, Cara de Cavalo seria homenageado por ele em 1966 com o Bólide B33 Bólide Caixa 18.

Continua a produção de Bólides e concebe o primeiro Parangolé. Os três primeiros da série seriam tenda, estandarte e bandeira. O Parangolé P4 Capa 1 viria a ser a primeira capa como proposição para a cor no corpo.

Textos: 8 de junho – Os Bólides e o sistema espacial que neles se revela, doc nº 0001 AHO / PHO; 1º de novembro – “Bases fundamentais para definição do Parangolé”, doc nº0035/64 AHO/PHO; 25 de novembro – “Anotações sobre o Parangolé”, doc nº0070/64 AHO/PHO.

1965

Em junho, recebe carta de Paul Keeler que se apresenta como amigo de Sérgio Camargo (1930-1990) convidando-o para exposição de quinze artistas, entre os quais, Soto, Cruz Diez, Gabo, Calder (1898-1976), Challida e Sérgio Camargo. Solicita também fotos de obras e textos de HO para serem publicados no Signals Newsbulletin.

A exposição Soundings Two acontece na galeria Signals London, Londres, entre 22/7 a 25/9. Além de Hélio Oiticica e dos artistas já citados, participam também Albers (1888-1976), Arp (1887-1966), Brancusi (1876-1956), Pol Bury (1922-2005), Lygia Clark (1920-1988), Duchamp (1887-1968), Kandinsky (1866-1944), Klee (1879-1940), Yves Klein (1928-1962), Malevitch (1878-1935), Mondrian (1872-1944), Leger (1881-1955) e Mira Schendel (1919-1988), entre outros.

Em 12 de agosto, por ocasião da exposição Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, considerada um marco na história da arte brasileira, provoca grande polêmica quando é proibido de desfilar, com passistas da Mangueira, seus Parangolés nas dependências do museu. Revoltado, Hélio Oiticica  retira-se e faz o desfile no jardim, sendo então aplaudido por artistas, jornalistas, críticos e público presente.

Seus textos “Bases fundamentais para definição do Parangolé” e “Anotações sobre o Parangolé” são divulgados, por ele, em edição mimeografada por ocasião da exposição Opinião 65.

Encontra Guy Brett (1942) e Paul Keeler que vieram ao Brasil para a VIII Bienal de São Paulo (setembro/novembro). Keeler começa entendimentos com HO para a realização de uma exposição individual na galeria Signals London. As obras seguem para Londres, mas a exposição não acontece.

Tem seus trabalhos B15 Bólide Vidro 4, “Terra” e B18 Bólide Vidro 6, “Metamorfose” publicados no Signals Newsbulletin, [junho/julho] editado, por David Medalla (1942).

Em 22 de dezembro, começa a trabalhar como telegrafista na Empresa Brasileira de Radio Difusão (Radiobrás).

Exposições: setembro/dezembro – VIII Bienal de São Paulo; 22 de julho Soundings Two, Galeria Signals London, Londres. 12 de agosto – Opinião 65, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Textos: 17 de março “O trabalho do artista”, doc nº 2080/65 AHO/PHO; 6 de maio“A criação da ‘capa’”, doc nº 2085/65 AHO/PHO.

1966

Recebe o Prêmio Banco do Estado da Bahia por suas pesquisas em arte ambiental na I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia.

Seu texto “Posição e programa – Programa ambiental – Posição ética” é publicado na Revista Gam, Rio de Janeiro, julho 1966.

Faz o Bólide  B33 Bólide caixa 18 – “Homenagem a Cara de Cavalo“; expõe na Galeria G4, a Manifestação Ambiental nº 1, que segundo ele “representa a fusão ambiental de Núcleos e Bólides, acrescidos de elementos como os Relevos que antecedem aos Núcleos e que poderiam ser Bólides pelo seu sentido de cor”. Apresenta o projeto de apropriação Sala de bilhar, na exposição Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Exposições: 12 de abril – Supermercado 66, Galeria Relevo, Rio de Janeiro; 20 de junho – Manifestação Ambiental nº 1, Galeria G4, Rio de Janeiro; 25 de julho – A vanguarda brasileira, Reitoria da Universidade de Minas Gerais; 18 de agosto – 8 Artistas, Galeria Atrium, São Paulo; 25 de agosto – Opinião 66, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro; 28 de dezembro – I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia, Convento do Carmo, Salvador.

Simpósio: Proposta 66. “Situação da vanguarda no Brasil”, Biblioteca Municipal, São Paulo.

Textos: julho – “Posição e programa – Programa ambiental – Posição ética”; 14 de agosto- “Parangolé poético e parangolé social”, doc nº 0254/66 AHO/PHO; novembro – “Situação da vanguarda no Brasil”, doc nº 0248/66 AHO/PHO.

1967

Em 15 de fevereiro, dá-se o início de sua correspondência com Guy Brett, quando começam os entendimentos para a exposição na Galeria Whitechapel, em Londres.

Elabora suas propostas Suprasensoriais, apresentando no IV Salão de Arte Moderna de Brasília, os Bólides da Trilogia sensorial. Realiza os Penetráveis PN2 e PN3 que compõem a obra Tropicália, exposta no Mam, Rio de Janeiro, na mostra Nova objetividade brasileira.

Concebe o Éden, conjunto de Penetráveis e Proposições Suprasensoriais que seriam expostos em 1969, na Galeria Whitechapel, em Londres.

Exposições: 6 de abril – Nova objetividade brasileira, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro; maio – Vanguarda Atual, Escola Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro; 20 de maio – IX Bienal de Tóquio; 22 de maio – Manifestação Coletiva – Parangolés no Aterro, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro; 30 de setembro – V Bienal de Paris; 3 de outubro – Artistas Brasileiros na Bienal de Paris, Galeria Bonino, Rio de Janeiro; dezembro – IV Salão Nacional de Brasília.

Seminário: 1º de junho – “Declaração de princípios da vanguarda”, Escola Nacional de Belas-Artes Rio de Janeiro.

Textos: 6 de abril – “Esquema geral da nova objetividade”, em Nova Objetividade Brasileira (Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna), p. 5 -19; s/d – “Parangolé: da antiarte às apropriações ambientais”. Revista Gam, Rio de Janeiro, p. 27-31.

1968

A bandeira “Seja marginal seja herói”, de Hélio Oiticica, exibida no show de Caetano Veloso (1942), na boate Sucata no Rio de Janeiro é apreendida provocando a interdição do espetáculo pela Polícia Federal.

Publicado pela Editora Studio Vista-Reinhold, o livro Kinetic art – the language of movement, de Guy Brett, apresenta um capítulo sobre Hélio Oiticica.

Encontro com Haroldo de Campos no ciclo de conferências Primeira Cultural em Belém.

Continua produzindo Parangolés, Bólides e Penetráveis

Viaja para Londres, no dia 3 de dezembro, para montar a exposição da Galeria Whitechapel.

Exposições: 2 de fevereiro – Young Brazilian Art, Demarco Gallery, Edinburgh; 9 de abril – O artista brasileiro e a iconografia de massas, ESDI, Rio de Janeiro; 1º de dezembro – Young Brazilian Art, Embaixada Brasileira, Londres; s/d – Six latin American Countries, The Lively Midland Group Gallery, Londres.

Manifestação coletiva: 18 de fevereiro – Festival das Bandeiras, Praça General Osório, Rio de Janeiro; 4 de agosto – Apocalipopótese, evento idealizado e realizado por Rogério Duarte e Hélio Oiticica no Aterro do Flamengo, conta com a participação de vários artistas, entre eles, Antonio Manuel, Lygia Pape, Sami Mattar, Raimundo Amado, Torquato Neto e  passistas das Escolas de Samba Mangueira, Portela, Salgueiro e Vila Isabel.

Filmes e colaborações cinematográficas: participa como ator no filme O Câncer, de Glauber Rocha (1939-1981); o filme Arte Pública, de Paulo Martins e Jorge Sirito, documenta trabalhos de Hélio Oiticica; Apocalipopótese, de Raimundo Amado, registra o evento coletivo Apocalipopótese, apresentado no Pavilhão Japonês no Aterro, Rio de Janeiro.

Seminários e simpósios: 23 de maio – Debate – Critério para o julgamento das obras de arte contemporâneas, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; 10 de junho – Debate – Amostragem da cultura loucura brasileira, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, evento organizado por Rogério Duarte (1939) e Hélio Oiticica; 11 de agosto – Primeira cultural, série de conferências organizada por Mário Schemberg (1914-1990), Reitoria da Universidade Federal do Pará, Belém.

Textos: 4 de março – “Tropicália”, doc nº 0128/68 AHO/PHO; 24 de novembro – “O sentido de vanguarda do grupo baiano”, Correio da Manhã, Rio de Janeiro, p. 4; s/d – “O aparecimento do Supra-sensorial”. Revista Gam, n.13 Rio de Janeiro, p. 39; s/d – “O Objeto”. Revista Gam, n.15, Rio de Janeiro, p, 26-27.

1969

Realiza exposição individual na Galeria Whitechapel em Londres. A mostra tem curadoria do crítico de arte Guy Brett (1942) e seria denominada por Hélio Oiticica de “Whitechapel experience”.

É indicado para a Sussex University, Brighton, como artista residente.

Em maio, viaja para Paris e tem seus trabalhos publicados na revista Rhobo, editada por Jean Clay.

Exposição: 24 de fevereiro – Hélio Oiticica, Galeria Whitechapel, Londres.

Simpósio: 7 de julho – 1st International Tactile Sculpture Symposium at California State College, Long Beach.

Textos: 1º de maio – “Obra aberta”, Cadernos Brasileiros, n.5. Rio de Janeiro, p. 69-70; 10 de junho – “Statement: Hélio Oiticica” (dirigido ao comitê da representação francesa na X Bienal de São Paulo), doc nº 0441/69 AHO/PHO; 18 de junho – “The senses pointing towards a new transformation”, The 1st Tactile Sculpture Symposium (Los Angeles: California State College Long Beach), doc nº 0486/69 AHO/PHO; 11 de setembro – “Londocumento”, Última Hora, Rio de Janeiro, 10 de novembro – “As possibilidades do Crelazer”, doc nº 0305/69 AHO/PHO; s/d – “A obra, seu caráter objetal, o comportamento”, Revista Gam, n. 18, Rio de Janeiro, p. 48-49; s/d – “Como cheguei à Mangueira”, doc nº 1863/sd AHO/PHO.

1970

Retorna ao Rio de Janeiro, no dia 1º de janeiro.

Viaja para Nova York onde expõe os Ninhos na exposição Information, com curadoria de

Kynaston McShine, no Museum of Modern Art.

Ganha bolsa da Fundação Guggenheim e instala-se em Nova York na 2nd Avenue nº 81.

Exposição: 30 de junho – Information, Museum of Modern Art, Nova York;

Manifestação coletiva: 23 de agosto – Orgramaurbana, evento organizado por Luís Otávio Pimentel e Flamarion, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, Hélio Oiticica apresenta seu Bólide-Área Água

Textos: 21 de abril – Texto para catálogo da exposição Information (New York: Museum of Modern Art), doc. nº 0324/70 AHO/PHO; 4 de setembro – Subterrânia, O Pasquim, Rio de Janeiro, doc nº 0289/70 AHO/PHO.

1971

Exposição: 29 de novembro – Rhodislândia, University of Rhode Island. Kingston, R.I.

1972

Morre, no dia 27 de outubro, Ângela Santos Oiticica.

Encontro com Quentin Fiore.

Realiza o filme em Super-8 Agripina é Roma – Manhattan

Exposições: 5 de maio – Exposição, organizada por Carlos Vergara (1941), no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. O Projeto Filtro – Para Vergara, de Hélio Oiticica é apresentado pela primeira vez; 30 de outubro – Metaesquemas, Galeria Ralph Camargo, São Paulo.

Manifestação coletiva: Encuentros de Pamplona, Pamplona, Espanha.

Textos: 22 de março – “Experimentar o experimental”, publicado na revista Navilouca, em 1974, doc nº0380/72 AHO/PHO; junho 14 – Projeto Filtro – Para Vergara, doc nº 0236/72 AHO/PHO

1973

Cria o conceito de quasi-cinema.

Inicia Neyrótika (série de slides).

Inicia a série CosmococaPrograma in progress: CC1 Trashiscape; CC2 Onobject; CC3 Maileryn; CC4 Nocagions; CC5 Hendrix – War, em parceria com Neville D’Almeida.

Conceitua o Conglomerado, que reuniria todas as experiências contidas em Newyorkaises (sua produção em Nova York).

Manifestação coletiva: 2 de fevereiro – Parangolé no Metrô, Nova York.

1974

CC6 – Coke head’s soup, com Thomas Valentin; CC7, com Guy Brett, projeto não-concluído; CC8 – Mr. D; CC9 – Cocaoculta; Renô Gone, com Carlos Vergara (não-concluído). Projeto dos Penetráveis Stonia e Shelter Shield. Cria os Parangolés Somethin’fa the head 1 e 2.

1975

Dentro do conceito quasi-cinema faz Helena inventa Ângela Maria, série de slides que evocam a célebre cantora popular brasileira dos anos 1950.

1977

Inicia nova série de Penetráveis chamados de Magic Square e também os objetos Topological ready-made landscapes.

Exposição: julho – Projeto Construtivo brasileiro, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

1978

Volta para o Rio de Janeiro e instala-se no Leblon na Rua Carlos Góes.

Conceitua o Ready Constructible. Faz as maquetes para os Penetráveis Magic square 2 e 5; Realiza o Penetrável Tenda-luz para o filme O gigante da América, de Júlio Bressane. Instala duas apropriações no banheiro do seu estúdio às quais denomina Experiência do mito-desmitificadoAvenida Presidente Vargas-Kyoto-Gaudi e Manhattan brutalista – object semi-mágico-trouvé.

Exposição: Objeto na arte: Brasil anos 60, Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), São Paulo.

Manifestação coletiva: 12 de novembro – Mitos vadios, Terreno baldio na rua Augusta, São Paulo.

Textos: 24 de outubro – “Delírio Ambulatório”, para sua performance no evento Mitos vadios. Publicado no jornal Diário de São Paulo em 5/11/1978, doc nº 0943/78 AHO/PHO.

1979

Muda-se para a Rua Ataulfo de Paiva no Leblon.

Conceitua seu último Penetrável Azul in azul.

Exposições: 2 de julho – PN27 Rijanviera, Café des Arts, Rio de Janeiro.

Manifestação coletiva: 18 de dezembro – Acontecimento poético urbano 1 / Kleemania, Caju, Rio de Janeiro.

Filme: HO, filme de Ivan Cardoso (1956) sobre Hélio Oiticica e sua obra.

Textos: 11 de abril – Manifesto Caju, doc nº 0114/79 AHO/PHO.

1980

Conclui a maquete do Penetrável Invenção da luz, iniciado em 1978.

Manifestação coletiva – “Acontecimento Poético Urbano 2 / Esquenta para o Carnaval”, no Morro da Mangueira.

Morre no dia 22 de março, depois de sofrer um acidente vascular cerebral, na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro.

Fontes

Fontes consultadas para a realização da cronologia de Hélio Oiticica (1937-1980):

Entrevistas com César e Claudio Oiticica.

Arquivos Hélio Oiticica / Projeto Hélio Oiticica  (AHO /PHO).

FGUEIREDO, Luciano; DERCON, Chris. “Cronology”. In: Hélio Oiticica. Roterdã: Witte de With, 1992.

MORAIS, Frderico, Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro 1816-1994. Rio de Janeiro: Topbooks 1995.