Centro de arte

O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica voltou a abrir as portas, depois de repaginar o visual. O reencontro com o público foi dia 05 de Novembro de 2021, Dia Nacional da Cultura, com obras inéditas de Hélio Oiticica (1937-1980), entre elas, duas instalações (“Penetráveis”) criadas pelo artista, mas nunca executadas.

A reabertura e a apresentação das obras são frutos da parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura RJ e o Projeto Hélio Oiticica, instituto responsável pela conservação e divulgação do acervo, mantido na casa onde morou o artista Hélio Oiticica, no Jardim Botânico.

Os dois penetráveis inéditos serão expostos nos arredores do equipamento cultural (Rua Imperatriz Leopoldinense e Praça Tiradentes). Ambos estarão abertos a intervenções artísticas das mais diversas áreas, de grafite a espetáculo de dança.

O diretor artístico do Centro de Arte HO, Cesar Oiticica Filho, que também é responsável pela coordenadoria geral do Projeto Hélio Oiticica, anunciou que a partir de 2022, o auditório receberá cursos, encontros e debates sobre artes no Rio. Dali em diante, haverá exposições temporárias de artistas e obras que dialogam com a obra de Oiticica, via curadorias temporárias.

O imóvel possui três andares, sendo seis espaços de exposição, dois mezaninos, duas salas multiuso, sala de leitura, auditório com cem lugares e um café/restaurante.

Rua Luís de Camões, 68, Centro. Seg. a sáb., 10h às 18h. Entrada Gratuita.

Projeto Construtivo Hélio Oiticica

Além do conceito de exposição, o “Programa in Progress”, que vai tomar o Centro HO, é um processo experimental da construção de uma série de obras e performances inéditos de Hélio Oiticica. O Penetrável N# 1 foi a obra que iniciou a participação direta na obra de arte, O Projeto Cães de Caça já em 1960, ainda não realizado em escala real, colocou essa participação em uma escala arquitetônica e principalmente urbanística.

O Lançamento desse programa é um chamamento para toda a população, em especial aos artistas para a participação ativa nesse processo. Um processo coletivo que pretende conectar artes visuais, teatro, música, arquitetura, poesia, dança, poesia, inovação, diversidade, sustentabilidade, permacultura, yoga, física, e muitos outros campos do conhecimento, é centro desse processo de transformação da maneira de presentar a obra de Oiticica.

O processo criativo de Hélio Oiticica era o que ele chama de Delirium Ambulatório, que consistia em andar pela cidade, em especial o Rio de Janeiro, mas também Nova York e Londres, nessas caminhadas descobrir, vislumbrar a arte que acontece no agora, na vida. A partir desses vislumbres, surgiam as obras, anotadas em desenhos feitos em pequenos cartões. Devolver esses delírios a cidade que o inspirou desde criança, agora como um delírio concreto, impulsionando a revitalização dessa mesma cidade, é uma proeza. Para além do diálogo estético, esse legado nos deixa a grande lição que as grandes inovações sempre dependem da ação direta.